quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Quando escrevo poesia, penso primeiro numa frase qualquer. Já tentei arquitetar uma poesia inteira na cabeça, mas nunca deu certo. A primeira coisa que me vem à cabeça é uma frase, ou pedaço de frase qualquer, cuja autoria sempre desconfio não ser original; penso já ter ouvido ou lido-a  em algum outro lugar - o que nunca me impede de escrevê-la. O corpo da poesia então vem surgindo, mais relacionada ao som do que ao sentido das palavras. Claro que sempre busco uma coerência entre ambos. No entanto, se não sinto um gosto adocicado na língua ao pronunciá-las, considero meu trabalho fracassado. Não gosto de poesia seca.

Boa parte de minha inspiração provém de coisas simples: um livro que leio, uma exposição a que assisto. Às vezes, um simples passeio pelas ruas do meu bairro bastam para desatar os nós da minha criatividade. Ainda semana passada, escrevi três poesias que considero boas. Após ter retornado de uma biblioteca comunitária, peguei papel e lápis e deixei as ideias fluírem soltas. Uma das poesias comecei mesmo na rua.

Não é sempre que tenho sucesso. A maior parte do que escrevo ainda considero aquém do que deveria ser. Mas estão melhorando. Lembro que meus primeiros versos eram assombrosos. De vez em quando encontro  um deles por aí, rabiscado numa página solta, e sempre torço o nariz.

Na escola, escrevi um poema que foi premiado. Na verdade, quando soube, por meu amigo Patrício, que tinha ganho o primeiro lugar, fiquei incrédulo, depois espantado. No final, fiquei muito feliz. Foi um estímulo que, se não me impulsionou de imediato, ao menos me fez acreditar um pouco mais em mim.

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