Me despisto de mim
para não perceber
que não sou feliz.
Tudo passa, já ouvi dizer por aí,
exceto essa dor
em câmera lenta
que passeia sem patas sobre mim.
segunda-feira, 11 de março de 2013
Todo dia acordo
Faço as mesmas coisas todo dia.
Sou máquina que caga e mija.
Desculpe as palavras feias,
mas a vida é suja mesmo.
Só em telenovelas ninguém peida
e a merda é segredo de estado.
Bunda, peitos e coxas - tudo virou sacanagem.
Ninguém respeita o corpo como santuário.
Ninguém aceita-o como ele seja
até que a morte os separe.
Faço as mesmas coisas todo dia.
Sou máquina que caga e mija.
Desculpe as palavras feias,
mas a vida é suja mesmo.
Só em telenovelas ninguém peida
e a merda é segredo de estado.
Bunda, peitos e coxas - tudo virou sacanagem.
Ninguém respeita o corpo como santuário.
Ninguém aceita-o como ele seja
até que a morte os separe.
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
Moscas azuis
Cadáver decomposto,
ninguém reconhece teu rosto.
Em toda a tua vida,
fostes mais um na fila,
um mero pagador de impostos.
O Sistema esmagou teus ossos,
fez dos teus sonhos pó de cocaína
e cedo aprendestes a cartilha.
Teus veros amigos agora são outros:
moscas azuis
lambendo tua virilha
ninguém reconhece teu rosto.
Em toda a tua vida,
fostes mais um na fila,
um mero pagador de impostos.
O Sistema esmagou teus ossos,
fez dos teus sonhos pó de cocaína
e cedo aprendestes a cartilha.
Teus veros amigos agora são outros:
moscas azuis
lambendo tua virilha
terça-feira, 19 de fevereiro de 2013
terça-feira, 5 de fevereiro de 2013
Anelo um poema
Anelo um poema
que rasgue o papel da tristeza,
tom de chocolate,
feito cachoeira
escorrendo entre meus dedos
e cabelos
ao fim da tarde.
Um poema de paz
e não pasmaceira,
que pinte a eternidade com lápis de cera,
que cante nos lábios da Esperança
a melodia da vida
que não cansa.
Onde ele esteja,
anseio encontrá-lo.
que rasgue o papel da tristeza,
tom de chocolate,
feito cachoeira
escorrendo entre meus dedos
e cabelos
ao fim da tarde.
Um poema de paz
e não pasmaceira,
que pinte a eternidade com lápis de cera,
que cante nos lábios da Esperança
a melodia da vida
que não cansa.
Onde ele esteja,
anseio encontrá-lo.
Réquiem
A morte
é uma rosa silenciosa
despetalada ao vento.
Não é coisa nova,
mas sempre nos surpreendemos.
O que leva consigo
deixa em nosso peito
em caracteres antiquíssimos:
a lembrança do ser querido,
seu arrebentado sorriso
que jamais esquecemos.
é uma rosa silenciosa
despetalada ao vento.
Não é coisa nova,
mas sempre nos surpreendemos.
O que leva consigo
deixa em nosso peito
em caracteres antiquíssimos:
a lembrança do ser querido,
seu arrebentado sorriso
que jamais esquecemos.
quinta-feira, 31 de janeiro de 2013
Para meu epitáfio
Viajo aberto,
peito avião.
Medo de altura não tenho,
nem de solidão.
Minha caixa-preta é meu verso,
meu caixão.
Comigo não levarei decerto
cacarecos,
a tralha que tanto prezo.
Minha pressa,
meu atropelo
dissolvidos estarão
numa casquinha de sorvete.
Poema para Katarine
Felicidades,
minha amiga.
Mui sinceramente
desejo-te amor.
Que amar
seja teu extremo
sereno.
Que teu gigante
ser pequeno
por todos os poros
exale esse olor
aos quatro ventos.
Que teus anos
sejam aquarela
mesmo aos quarenta,
motivos de festa
e riso,
esteja teu bolso liso
ou estourando tua carteira.
Que amigos tenhas
como hortas de feijão,
dignos
de serem ditos irmãos.
Mesmo desnaturado
estarei sempre a teu lado
(em pensamentos alados)
segurando tua mão.
Guarde este poema,
pois é documento histórico
de minha afeição.
minha amiga.
Mui sinceramente
desejo-te amor.
Que amar
seja teu extremo
sereno.
Que teu gigante
ser pequeno
por todos os poros
exale esse olor
aos quatro ventos.
Que teus anos
sejam aquarela
mesmo aos quarenta,
motivos de festa
e riso,
esteja teu bolso liso
ou estourando tua carteira.
Que amigos tenhas
como hortas de feijão,
dignos
de serem ditos irmãos.
Mesmo desnaturado
estarei sempre a teu lado
(em pensamentos alados)
segurando tua mão.
Guarde este poema,
pois é documento histórico
de minha afeição.
quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
Escrevo
o que na mente vem:
para o mundo,
para ninguém.
Se no telhado
não tem gato,
fico alegre
com lebre.
O verso é meu brinquedo,
minha forma de ser eu mesmo
sendo muitos, porém.
Teço minhas artérias,
dispo minhas misérias,
minha constelação de ilusões
ou meu contento.
Posso ainda não ter engenho,
mas bem sei o que anelo.
o que na mente vem:
para o mundo,
para ninguém.
Se no telhado
não tem gato,
fico alegre
com lebre.
O verso é meu brinquedo,
minha forma de ser eu mesmo
sendo muitos, porém.
Teço minhas artérias,
dispo minhas misérias,
minha constelação de ilusões
ou meu contento.
Posso ainda não ter engenho,
mas bem sei o que anelo.
terça-feira, 22 de janeiro de 2013
Eu
esta forma inconstante
esta forma flutuante
amante
do que não vê
esta
forma suplicante
vaso vazio
raso
para o que se quer ter
esta forma flutuante
amante
do que não vê
esta
forma suplicante
vaso vazio
raso
para o que se quer ter
segunda-feira, 21 de janeiro de 2013
Gosto de rua
O dióxido
entorpeceu meus sentidos.
Para os xingamentos
já nem ligo.
Tantas luzes me ofuscaram
que deliro:
penso que vivo em constante
mundo natalino.
entorpeceu meus sentidos.
Para os xingamentos
já nem ligo.
Tantas luzes me ofuscaram
que deliro:
penso que vivo em constante
mundo natalino.
terça-feira, 15 de janeiro de 2013
Contêiner
O mundo todo
mora no meu umbigo;
de cabo a rabo
levo e trago
o que for:
chinelo,
chuveiro,
charuto,
isqueiro,
flor de plástico, sem cheiro;
porta-retratos, vazio
(lembrança do que ainda não veio);
calções elásticos,
pneumáticos,
todo o lixo
que afoga nos rios,
afaga a vaidade
e depois é esquecido
num monturo
junto a uma placa de "proibido".
mora no meu umbigo;
de cabo a rabo
levo e trago
o que for:
chinelo,
chuveiro,
charuto,
isqueiro,
flor de plástico, sem cheiro;
porta-retratos, vazio
(lembrança do que ainda não veio);
calções elásticos,
pneumáticos,
todo o lixo
que afoga nos rios,
afaga a vaidade
e depois é esquecido
num monturo
junto a uma placa de "proibido".
Espelho
Olho (nariz, boca)
para ter certeza.
Ainda estou aqui,
embora o essencial
tão longe se perca.
para ter certeza.
Ainda estou aqui,
embora o essencial
tão longe se perca.
Aqui jaz
Armas,
ogivas,
ojerizas;
norte, sul,
oriente, ocidente;
ismos
e mismos.
O mundo respira,
finalmente.
ogivas,
ojerizas;
norte, sul,
oriente, ocidente;
ismos
e mismos.
O mundo respira,
finalmente.
sexta-feira, 11 de janeiro de 2013
Quando a noite calar minha poesia
Quando a noite,
lupina,
vier provar sua foice
em minha poesia
serei verso
ao avesso,
verei a vida de dentro
sem cabresto,
serei vento
tocando flauta pã em meu esqueleto,
meu coração estará repleto
de coisas verdadeiras
lupina,
vier provar sua foice
em minha poesia
serei verso
ao avesso,
verei a vida de dentro
sem cabresto,
serei vento
tocando flauta pã em meu esqueleto,
meu coração estará repleto
de coisas verdadeiras
terça-feira, 8 de janeiro de 2013
Cantiga do socorro
Cordas do meu bandolim
acordem o amor
dela por mim
Cordas do meu violão
não quero perdê-la
do meu coração
Cordas do meu violino
fazei-me de novo
nascer menino
Cordas do meu contra-baixo
curai-me do peso
de haver pecado
Notas do meu flautim
plantai um festim
no meu jardim
Notas do meu pistão
trazei-me de volta
o que era bom
acordem o amor
dela por mim
Cordas do meu violão
não quero perdê-la
do meu coração
Cordas do meu violino
fazei-me de novo
nascer menino
Cordas do meu contra-baixo
curai-me do peso
de haver pecado
Notas do meu flautim
plantai um festim
no meu jardim
Notas do meu pistão
trazei-me de volta
o que era bom
quinta-feira, 3 de janeiro de 2013
Assinar:
Postagens (Atom)