Sou árvore
morta
bebendo lama
no lodo apodrecido
do pântano contaminado.
Sou árvore
seca
no inverno infértil
de julho.
Meus galhos curvos
apontam para o alto
como mãos trêmulas
a rogarem migalhas
a um deus indiferente.
Sou árvore
decadente.
Por favor,
me cortem
os galhos
e me transformem
num pedaço de lenha.
Só assim poderei ser
pedaço de coisa
útil.
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