"MAQUINA DO AMOR: novidade tecnológica ainda em fase te teste."
A matéria presseguia discorrendo a respeito
das mil e uma maravilhas que aquela máquina recém-criada pelos japoneses
era capaz de fazer. Basava apontá-la para algum campo de batalha onde
estivesse acontecendo uma guerra entre países antes aliados, e eles
novamente voltavam a ser amigos; apontasse para as regiões mais
miseráveis do continente africano, que tudo - fome, doença, miséria -
desapareceria como passe de mágica. O grande dilema da máquina do amor
era a concorrência de mercado. Ainda existiam pessoas que tinham preferência por outras
máquinas: a máquina da dor, a máquina do medo, a máquina do egoísmo - e, a
mais popular de todas: a máquina da desigualdade. Segundo estimativas,
ainda levaria muito tempo para que o homem se familiarizasse com a
máquina do amor. Muitas instituições públicas e ongs de todas as partes
do planeta até que se mostravam empenhados em ministrar cursos que
capacitassem o homem a lidar com a máquina do amor, seus circuitos e
mecanismos internos. Porém, só aos trancos e barrancos era que ele vinha
assimilando aquela novidade.
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