sábado, 8 de setembro de 2012

Amor à palavra

Será um fenômeno raro me encontrarem com a cara metida num jornal. Foi só por tédio, numa terça-feira em que nada de mais interessante tinha a fazer, que abri um. Evitando os pôsteres publicitários que engoliam páginas inteiras, fui direto ao caderno cultural, onde letras médias encabeçavam um modesto artigo de canto de página: Brasileiro lê Mal e Pouco". O fato não me causou espanto. Estar por dentro dos números foi o que me chocou: "Em média, brasileiros leem quatro livros poa ano, alguns não chegam à metade disso ou abandonam a leitura antes do fim". Perguntei a mim mesmo como tamanha monstruosidade seria possível. Sou um apaixonado por livros, não saberia viver sem eles; magrinhos ou folhudões, amo-os todos. Se os autores são chatos, tento compreendê-los, porque também tenho meus defeitos.

Como seria possível deixar o livro de lado?, foi a questão em mim despertada.Conjecturei inúmeras explicações; risquei, rabisquei cadernos, até encontrar estas linhas.

O problema da leitura, no Brasil, não é histórico, tampouco social, como a princípio julguei. É uma questão de amor. Enquanto o indivíduo não amar a palavra, o livro continuará esquecido, acumulando poeira numa biblioteca vazia ou servindo de banquete a traças no interior  de algum armário sombrio.

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